01 dezembro 2013

Procura-se um amigo



Esse texto já parou muitas vezes em minhas mãos, e muitas vezes me sentia assim solitária como tenho me sentido ultimamente.
Essa vida de indas e vindas a paises diferentes e a distância acabou por me deixar distante de todos, o foco muda, os anseios o que nos faz também nos distanciar, vivendo uma vida atribulada e de viagens daqui pra la e de la pra ca, me faz sentir só. Sinto falta de amigos, daqueles de verdade, sem demandas ou cobranças, para relaxar, conversar ou desabafar, ou apenas para tomar uma cerveja...
Deixo o texto  aqui para leitura e reflexão.




Procura-se um amigo.
Não precisa ser homem,basta ser humano,
basta ter sentimento,basta ter coração.

Precisa saber falar e calar,sobretudo saber ouvir
o que as palavras não dizem.

Tem que gostar de poesia,de madrugada, de pássaros,
das estrelas, do sol, da lua,do canto dos ventos
e das canções da brisa.

Deve ter amor,um grande amor por alguém,
ou então sentir falta de não ter esse amor.

Deve amar o próximo e respeitar a dor
que os passantes levam consigo.

Deve guardar segredo sem se sacrificar.

Não é preciso que seja de primeira mão,
nem é imprescindível que seja de segunda mão.

Pode já ter sido enganado,
pois todos os amigos são enganados.

Não é preciso que seja puro,
nem que seja de todo impuro,
mas não deve ser vulgar.

Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e,no caso de assim não ser,deve sentir o grande vácuo que isso deixa.

Tem de ter ressonâncias humanas,
seu principal objetivo deve ser o de amigo.

Deve sentir pena das pessoas tristes
e compreender o imenso vazio dos solitários.

Deve gostar de crianças
e lastimar as que não puderam nascer.

Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos,
que se comova quando chamado de amigo.

Que saiba conversar de coisas simples,
de orvalhos, de grandes chuvas
e das recordações da infância.

Preciso de um amigo para não enlouquecer,
para contar o que vi de belo e triste durante o dia,
dos anseios e das realizações,dos sonhos e da realidade.

Deve gostar de ruas desertas,
de poças d´água e de caminhos molhados,
de beira de estrada, de mato depois da chuva,
de se deitar no capim.

Preciso de um amigo que diga que vale a pena viver,
não porque a vida é bela,mas porque já tenho um amigo.

Preciso de um amigo para parar de chorar.

Para não viver debruçado no passado
em busca de memórias perdidas.

Que bata nos ombros sorrindo e chorando,
mas que me chame de amigo,
para que eu tenha a consciência de que ainda vivo.

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