30 novembro 2012

Esperança

Não consigo parar de ter esperança, de que o Pluto volte, de que tudo isso que venho passando vire passado! De que finalmente vou ter meu filho peludo de volta comigo, aqui pertinho. Saudades da sua lambida, do seu jeito de me seguir pela casa, de pular na banheira enquanto estou no chuveiro, ou simplesmente pular lá porque brincar com a água. 

Eu sinto um vazio grande no peito, na alma por não saber onde ele está e oro todos os dias aos anjos e a Deus para que o protejam e que o guiem até a mim. Confesso alguns dias são mais duros que outros e o coração parece até sangrar, pior e ter a desaprovação dos outros o desinteresse daqueles que poderiam me ajudar, compartilhar a foto ou deixar as outras pessoas saberem sobre a minha história e me ajudar a encontrar o Pluto. Não custa nada pra muitos eu venho pedindo ajuda já fazem 11 meses, mas dentro de mim sinto que o Pluto está vivo, só não consigo encontra-lo. Só me resta orar, só me resta ela a Esperança.

Saudades do meu Pluto que dói no coração.



Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...

Texto extraído do livro "
Nova Antologia Poética", Editora Globo - São Paulo, 1998, pág. 118.

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