02 abril 2014

De volta a Luanda

Assim é como é para todos os lados na Capital Luanda, zungueiras, vendinhas...


Minha Casa ja finalizada.
Luanda, 2014, de volta para mais uma temporada, passei uns bons 9 meses no Brasil, e agora de volta estou á África. Não que eu não quisesse ficar em casa no Brasil, depois de meses de reformas, sem liberdade nenhuma, curtir minha casa agora, com minha mãe, meus cães e passarinhos seria muito bom, mas tive que vir, eu e o marido já faziam 2 meses sem se ver.
Então deixei a comodidade do minha terrinha para vir para Luanda novamente, e tentar me ajustar a falta de liberdade de ir e vir juntamente com a falta de agua e luz.


Por sorte eu com meu problema de bruxismo, agora diagnosticado com mordida com pressão já que meus dentes não estão gastos (o dentista quem disse) quebrei dois dentes do lado direito da boca na parte inferior, depois de 3 dias em terras mwangolês....
Depois de uma visita a emergência da Clinica Sagrada Esperança na segunda, depois de passar um final de semana com o incomodo do dente, fiz uma restauração que não durou até a quarta, voltei a clínica e após esperar  uma hora e meia, a minha surpresa foi que a dentista que estava de plantão não poderia resolver meu caso, e isso já eram doze e alguma coisa, já que saimos de casa as 8 da manha e so chegamos a ilha pelas 11. E pra andar em Luanda, tem que se ter paciência, tempo e uma bexiga gigantesca para aguentar as horas de trânsito. Com raiva fui procurar outro dentista que pudesse me ajudar, e voltei ao Talatona e fui a Clinica Odontogica internacional que por sinal ate onde sei tem 2 dentistas brasileiros atuando por lá. Fui atendida depois de esperar o horario de almoço terminar e agora já estou bem, 1 semana depois as restaurações estão no lugar, so o bolso que ficou um pouco vazio já que me custou 17.000 USD. Tratamento em Luanda é ainda mais caro que no Brasil por falta de mão de obra qualificada no país.
Luanda não mudou muito, as coisas continuam em ascensão, pelo menos as grandes construções continuam de vento em popa! Mas o povo continua sofrido e cansado de ser massacrado pelo governo.

Vista da Estrada da Samba.
A grande surpresa e que o marido continua a espera do visto e eu cá estou com ordinário, em miúdos quer dizer que não posso sair do país, e retornar. Mais explicadinho ainda, se sair tenho que voltar ou ao Consulado Angolano no Rio ou a Embaixada em Brasília e solicitar novo visto, estes possuem apenas validade de 30 dias e podem ser renovados. Minhas vida esta nesta bagunça e indecisão. Novamente.
A segunda surpresa da minha volta, foi que além do meu marido tinha um vistante morando na casa, ele espalhou ratoeiras pela casa e apreendemos o "milinate" um camundongo fofinho (era bem pequeno) que me custou alguns pacotes de comida da dispensa. Libertei o culpado no portão do condomínio, com pena não queria mata-lo. O problema com ratos em Luanda e normal, pois há falta de saneamento na cidade e as pessoas costumam muito a jogar lixos em qualquer lugar, quando morava em um apartamento no centro da cidade tive problema com um, que andava pelo apartamento e nunca sei que fim o levou, ja que coloquei veneno pela casa toda (nunca achei nem o cadaver).
Problema resolvido (sim até agora não achei mais visitantes, limpamos armario, jogamos fora os itens roídos pelo bandinho e até agora não vi sinal de outros).
A terceira surpresa foi ao desfazer minhas malas, descobri que apenas trouxe meu laptop e deixei o carregador em meu quarto no Brasil. Descobri que ter um Mac em Luanda fez com que minha vida fosse um pouco mais complicada, ja que ele não carrega via USB, e apesar de ter uma nova loja da Apple na cidade, depois do largo do 1 de maio, não consigo em loja alguma a fonte para fazê-lo funcionar. 2 dias a procura e nada. Por sorte minha e infelicidade do meu amigo (explico já o porque), ele tem o carregador fonte para o meu PC, digo infelicidade dele, porque ele foi roubado a algum tempo e ficou apenas a fonte com ele, levaram-lhe tudo quando morava em um bairro aqui chamado de Patriota.
Agora tenho que reaprender a ficar recolhida, com horas contadas para sair com o carro, pois o mesmo carro que me leva para fazer qualquer coisa, tem que voltar para buscar o marido, e vencer o transito pesado da cidade de Luanda, para traze-lo de volta antes das 10 da noite, sim o transito e tão pesado que marido já gastou 3 horas pra chegar em casa, um trajeto que poderia ser feito em 30 minutos em situações normais.
A minha saudade de casa não cabe em mim, saudade do Thor, da minha mãe do Shake, de andar pelas ruas, fazer minhas caminhadas na praia e aproveitar as coisas boas que Vitoria tem para oferecer.
Essa sexta é feriado em Angola, celebra-se o dia da Paz (oi?) e como o marido não tem passaporte não vamos a lugar algum, parece que o destino vai ser o mesmo sofá da sala, essa temporada vim preparada, e comprei vários dvds que trouxe do Brasil para assistirmos de series que nos interessamos. A parte intrigante é como se vai celebrar algo que não existe? Os angolanos há muito anseiam por paz, e não a tem, vivem com medo de tudo e de todos, pois o presidente os oprime, os políticos militares também o fazem. Não tem em quem confiar, já que a violência e grande mesmo por parte do governo. Digam o que quiserem mas antes morar no meu Brasil com a liberdade imensa que temos de ate fazer memes com a dignissíma Dilma, do que viver em Angola, com essa opressão disfarçada de republica. Aqui é proibido qualquer manifestação contra o governo.

Semana começando em Luanda.


Cidade eternamente em obra.
Parada para um lanchinho. E uma moto com um trailler atrás.


Ps.: Essas fotos  são de minha autoria.

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