18 novembro 2010

O vaso com rachaduras

Esse é um texto do Paulo Coelho que nem me lembro quando li da primeira vez. Mas é bem bonito e interessante:
Conta a lenda indiana que um homem transportava água todos os dias para a sua aldeia, usando dois grandes vasos que prendia nas extremidades de um pedaço de madeira, e colocava atravessado nas costas.
Um dos vasos era mais velho que o outro, e tinha pequenas rachaduras; cada vez que o homem percorria o caminho até sua casa, metade da água se perdia.
Durante dois anos o homem fez o mesmo percurso. O vaso mais jovem estava sempre muito orgulhoso de seu desempenho, e tinha certeza que estava à altura da missão para o qual tinha sido criado, enquanto o outro vaso morria de vergonha por cumprir apenas a metade de sua tarefa, mesmo sabendo que aquelas rachaduras eram fruto de muito tempo de trabalho.
Estava tão envergonhado que um dia, enquanto o homem se preparava para pegar água no poço, decidiu conversar com ele:
– Quero pedir desculpas, já que devido ao meu tempo de uso, voce só consegue entregar metade da minha carga, e saciar a metade da sede que espera em sua casa.
O homem sorriu, e lhe disse:
– Quanto voltarmos, por favor olhe cuidadosamente o caminho.
Assim foi feito. E o vaso notou que, do seu lado, cresciam muitas flores e plantas.
– Vê como a natureza é mais bela do seu lado? – comentou o homem. – Sempre soube que voce tinha rachaduras, e resolvi aproveitar-me deste fato. Semeei hortaliças, flores e legumes, e voce as tem regado sempre. Já recolhi muitas rosas para decorar minha casa, alimentei meus filhos com alface, couve e cebolas. Se voce não fosse como é, com poderia ter feito isso.
“Todos nós, em algum momento, envelhecemos e passamos a ter outras qualidades. É sempre possível aproveitar cada uma destas novas qualidades para obter um bom resultado. ”

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